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a mesa esta um tanto quanto suja, mas aquele bar era tão familiar.
Sentia-me tão segura ali, rodeada de pessoas desconhecidas, inebriadas de desilusão... Todas tentando, no álcool, da um novo frescor a vida tão castigada.
Sentia-me uma rainha, rodeada de moscas e abelhas... Tinha refrigerante espalhado pela mesa, isso atraia demasiadamente elas...sentiam-se envolvidas pelo cheiro da açúcar e os restos de amendoim no copo sujo de cerveja.
Na verdade, eu achei que ali seria o lugar ideal pra passar meu tempo tão difícil escasso. Aquele disco de Roberto tocando, o cara do balcão com cara de argentino e aquele velho senhor que fumava um cigarro atrás do outro... Ele até tinha um câncer, usava aquele tudo no pescoço... Mas você acha que ele ligava?! Não, ele não se importava... Ele nem fumava mesmo, mas ficava com o cigarro na boca, aquilo lhe dava tamanho prazer, que só ele mesmo entendia.
A grande parte dos freqüentadores do bar olhava pro relógio, isso eu pude perceber. Os motivos eu não sei, mas me peguei olhando e contando os minutos que ganhava ali. Sendo a rainha dos insetos e aspirando aquela fumaça de um cigarro não fumado...
A canção de Roberto me embalava me levava a caminhos estranhos, mas sempre com a buzina do calhambeque ao fundo.
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quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009
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